Raceline – Uma história de amor

Ídolos: todos nós temos os nossos. Sabe aquele capacete do Ayrton Senna icônico que todos reconhecemos de olhos fechados? Então, no ciclismo alguns itens trazem a exata mesma conexão com nossos ídolos de infância. Aqueles garotos que gastavam as páginas das revistas olhando as fotos e os detalhes dos componentes criaram conexões inexplicáveis com alguns deles. Talvez os seus amigos achem uma peça horrível, mas você vê apenas beleza. Podemos chamar de adoração, fixação, amor – quem sabe? Nós temos isso. Eu poderia gastar um dia inteiro contando as lembranças de uma geração que nunca deixou de ser criança, que cresceu adorando as bicicletas e seus detalhes, lembrando de um tempo que não volta mais (e que a gente insiste em manter vivo).

Apesar de muitos terem recém conhecido esse esporte maravilhoso e suas nuances, existem muitos seguidores “dinossauros”. Parte da história do mountain bike foi escrita por ídolos como John Tomac, Bart Brentjens ou Shaun Palmer. Se você nunca ouviu falar neles, saiba que cada um inspirou muitas histórias e gerou fascínio em crianças que provavelmente se tornaram viciadas como nós.

Caso você não saiba quem são, veja fotos da época das lendas: John Tomac, Bart Brentgens e Shaun Palmer (bike).

(John Tomac)

Bart Brentjens

Shaun Palmer

Agora, veja fotos atuais e/ou recentes das bicicletas destes mesmo atletas (Bart Brentjens e Shaun Palmer respectivamente ).

Se você percebeu alguma semelhança depois de 25 anos entre as bicicletas, não é coincidência. Os freios continuam tendo as mesmas cores lindas (ou horríveis, hehe) da série especial chamada “Raceline”, desenvolvida pela Magura. Hoje a reportagem é sobre ele, o freio mais lindo (ou não) fabricado até hoje.

Em 2017 foi lançada uma edição especial dos freios, quando a Magura fez uma versão do MT8 SL com as cores que remetiam ao antigo modelo HS22/33 de mais de 20 anos (usados pelos atletas citados). Trata-se exatamente do mesmo freio, porém com cores exclusivas. As primeiras bicicletas a aparecerem com eles foram as do Christopher Sauser e do Jaroslav Kulhavy, no Cape Epic. Depois apareceram em muitas outras bicicletas da Specialized Racing Team – mas por unanimidade, a bicicleta mais bonita a utilizar os freios até hoje foi a do Sam Gaze, na épica etapa de Stellenbosch.


O textão acima é só um resumo dos motivos da minha fixação por esta versão especial. É daquelas coisas: muitos olham minhas bicicletas e reclamam que os freios estragam a beleza do resto, ou que não combinam, que parece uma bicicleta antiga. Mas este é o meu capacete do Senna – quando olho, não vejo uma bicicleta com freios Magura Raceline – vejo freios Magura com várias outras peças penduradas para eles funcionarem. É história, é mountain bike, é paixão – e explicar isso nunca foi tarefa simples… Então me reservo o direito de gentilmente dizer: pois é, não tem explicação!


Por sorte, o importador brasileiro trouxe diversos pares do modelo exclusivo logo no primeiro ano. No ano seguinte a Magura produziu uma quantidade maior de unidades e eu comprei 3 pares, sendo que uso apenas um na minha bicicleta pessoal. Sabe quando você sai na capa da revista e sua mãe compra todos os exemplares da banca? Pois então – foi a mesma coisa.

Eventualmente aparecem pares à venda no Brasil ou no exterior – normalmente custando acima de R$4.000,00 o par no câmbio atual. Os meus? Continuarão fazendo companhia para o HS22 de 30 anos atrás na gaveta. Não é apenas um freio, é um ícone – um verdadeiro pedaço da história do MTB!

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Pai, empresário, ciclista nas horas vagas e apaixonado por bicicletas em tempo integral. Caçador de peças premium, viaja o mundo atrás do mais exclusivo e introduziu várias destas marcas no mercado brasileiro.

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